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Foto do escritorDra Patrícia Almeida

Transplante Hepático: a saúde mental dos pacientes também precisa de cuidado


O diagnóstico de necessidade de um transplante de fígado é, sem dúvida, um marco que transforma a vida do paciente e de sua família. Além do impacto físico da doença hepática, o processo de transplante desencadeia uma série de emoções complexas que podem afetar significativamente a saúde mental. A ansiedade da espera, o medo da cirurgia e a incerteza sobre o futuro são apenas alguns dos desafios que esses pacientes enfrentam.




O choque inicial e a montanha russa emocional

Receber a notícia de que o transplante é a única opção para salvar a vida é como um raio que parte o céu em dois. A negação, a esperança, a raiva, o alívio de ter uma saída, a tristeza e a angústia se misturam em uma verdadeira montanha-russa emocional. A incerteza sobre o futuro, a possibilidade de rejeição do órgão e o impacto que a doença causará em seus relacionamentos são apenas alguns dos medos que assombram esses pacientes.


A importância do acompanhamento psicológico

O acompanhamento psicológico é fundamental para ajudar os pacientes a lidar com as emoções intensas que surgem nesse período. Através da terapia, é possível desenvolver estratégias para lidar com a ansiedade, a depressão e o estresse, além de fortalecer os mecanismos de enfrentamento. O psicólogo também pode auxiliar o paciente a compreender a doença, a lidar com as mudanças no estilo de vida e a estabelecer uma comunicação mais eficaz com a equipe médica e com os familiares.


A Fila de Espera

Uma das maiores angústias dos pacientes é a espera na temida fila de transplante. A falta de informação e os mitos que circulam sobre o tema geram muita ansiedade e insegurança. É fundamental que os pacientes sejam informados de forma clara e objetiva sobre como funciona a lista no Brasil, quais são os critérios para alocação e quais são as suas chances de receber um novo fígado.


A vida após o transplante: Novos desafios e esperanças

Após o transplante, os pacientes enfrentam novos desafios, como a necessidade de tomar imunossupressores para evitar a rejeição do órgão, as possíveis complicações da cirurgia e as necessárias mudanças no estilo de vida. Além disso, a sensação de vulnerabilidade e a necessidade de realizar exames periódicos podem gerar ansiedade e estresse. No entanto, o transplante também traz consigo a esperança de uma nova vida, com mais qualidade e autonomia. A vida do paciente transplantado é cheia de alegrias, realizações… tenho pacientes maratonistas, mulheres que tiveram seus filhos, avós que estão aproveitando seus netinho… muitas histórias lindas!


A Importância da equipe multidisciplinar

O cuidado integral do paciente com doença hepática requer uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais fisioterapeutas e psicólogos. A comunicação entre os membros da equipe e o paciente é fundamental para garantir um tratamento eficaz e humanizado.


Ao oferecer um cuidado humanizado e acolhedor, podemos ajudar os pacientes a superar os desafios do transplante e a construir um futuro mais promissor.


Setembro, mês de incentivo à doação de órgãos e do combate ao suicídio.

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